Francisco Limma afirma que populações estão sendo prejudicadas por empresas de energias renováveis
Em seu discurso, o deputado cobrou a criação de marcos regulatórios em todo o estado.

O deputado Francisco Limma (PT) utilizou a tribuna durante a sessão plenária desta terça-feira (7) da Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi) para fortalecer as críticas do Movimento dos Atingidos pelas Renováveis (MAR), o qual tem denunciado problemas surgidos a partir das usinas de energias renováveis, como as eólicas e solar.
O parlamentar disse que tem escutado relatos muito fortes, como do aumento de problemas de audição, de câncer de pele, psíquicos, de desaparecimento de animais e de vegetação. “Os milhões gerados a partir dali não são usados para diminuir o impacto sobre essas famílias”, disse. Limma explicou que o Movimento reivindica compensações justas e participação nas decisões públicas.
Francisco Limma contou que há casos de famílias muito próximas a geradores eólicos, com capacidade para abastecer até 4 mil residências, que não têm acesso à energia. “Vimos e presenciamos muitos megawatts sendo produzidos no Piauí e abastecendo pessoas de outros estados. E no Piauí tem gente sem água porque não tem energia para puxar a água”, afirmou.
O deputado declarou que é a favor do desenvolvimento, como nesse período de mudanças climáticas, mas que é “contra qualquer tipo de exclusão”. “A onda de investimento em energias renováveis não pode mais ser apenas estratégia de neocolonização, tem que ser estratégia de prevenir mudanças climáticas e de não permitir que pessoas que sempre foram excluídas continuem sendo excluídas”, asseverou.
A lei 8.797/2025, que institui a Política Estadual dos Deslocados Ambientais e Climáticos, de autoria de Francisco Limma e sancionada em agosto deste ano, foi lembrada durante o discurso. “É pioneira no Brasil para a proteção e para a dignidade de pessoas que têm que deixar suas casas quando esses projetos invadem suas vidas”, explicou.
Bancada do Piauí – O parlamentar ainda agradeceu ao presidente do senado Davi Alcolumbre (União) por defender a manutenção das dez cadeiras de deputados federais do Piauí. O Estado corria o risco de perder duas vagas no Congresso, mas o STF, nesta semana, decidiu pela manutenção da divisão atual.