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Trump afirma que EUA estão em vantagem e não precisam de acordo com a China: ‘Eles é que têm de ceder’

Após anunciar um “tarifaço” contra produtos de diversos países, incluindo a China, o governo americano ajustou temporariamente as taxas por 90 dias, visando negociações.

A guerra comercial entre Estados Unidos e China ganhou novos contornos em abril de 2025, com o presidente americano Donald Trump adotando uma postura firme contra Pequim. Em declaração transmitida pela porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, Trump afirmou que os EUA não têm pressa para fechar um acordo comercial com a China, colocando a responsabilidade nas mãos do governo chinês. A frase marcante, “A bola está com a China”, reflete a estratégia de pressão de Washington, que mantém tarifas elevadas de 145% sobre produtos chineses, exceto eletrônicos como smartphones e laptops. A China, por sua vez, retaliou com taxas de 125% sobre bens americanos, intensificando o embate econômico entre as duas maiores potências globais. Esse cenário, agravado por decisões recentes, sinaliza um período de incertezas no comércio internacional, com impactos que vão além das fronteiras dos dois países.

O posicionamento de Trump ocorre em meio a uma escalada de medidas protecionistas que começaram no início de 2025. Após anunciar um “tarifaço” contra produtos de diversos países, incluindo a China, o governo americano ajustou temporariamente as taxas por 90 dias, visando negociações. Contudo, as tarifas contra Pequim não apenas foram mantidas como ampliadas, consolidando uma postura rígida. A China respondeu com vigor, aplicando sobretaxas significativas a produtos americanos, como grãos, automóveis e tecnologia. Esse vai-e-vem de retaliações reflete a complexidade de um relacionamento comercial que movimenta trilhões de dólares anualmente, mas que agora enfrenta desafios estruturais.

Xi Jinping conversa com Donald Trump por telefone

Para entender o impacto dessas decisões, é necessário observar os números. Em março de 2025, as exportações chinesas registraram crescimento expressivo, impulsionadas, em parte, pela antecipação de empresas que buscaram driblar as tarifas americanas. Dados apontam que o superávit comercial da China com os EUA atingiu níveis recordes, mesmo com as barreiras impostas. Nos EUA, no entanto, setores como agricultura e manufatura já sentem os efeitos das represálias chinesas, com relatos de aumento nos custos de produção e dificuldades para exportadores.

  • Principais produtos afetados pelas tarifas americanas: têxteis, máquinas industriais, brinquedos e bens de consumo.
  • Setores americanos mais impactados pela retaliação chinesa: agricultura (soja e milho), automotivo e tecnologia.
  • Percentual das tarifas atuais: 145% (EUA sobre China) e 125% (China sobre EUA).

Contexto da escalada comercial

A relação comercial entre EUA e China já passou por momentos de tensão, mas o atual capítulo se destaca pela intensidade. Desde o início de seu segundo mandato, Trump reforçou políticas protecionistas, argumentando que elas protegem o consumidor e a indústria americana. A lógica por trás da frase “A China quer o que nós temos” é clara: para o governo americano, o mercado dos EUA é um ativo valioso, e Pequim precisa ceder para manter o acesso privilegiado. Essa visão, porém, contrasta com a realidade de uma economia global interdependente, onde cadeias de suprimento cruzam fronteiras e dependem de cooperação.

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No passado, acordos bilaterais aliviaram conflitos semelhantes, mas o cenário atual é mais delicado. A redução temporária das tarifas no início de abril, que abriu uma janela de 90 dias para negociações, não trouxe avanços significativos. Em vez disso, as taxas foram ajustadas para cima, e a retórica de ambos os lados ganhou tons mais duros. A China, que depende dos EUA como um de seus maiores mercados de exportação, enfrenta pressão interna para manter o crescimento econômico, enquanto os EUA lidam com o desafio de equilibrar protecionismo e competitividade global.

Impactos no comércio global

A guerra comercial não se limita às fronteiras dos dois países. Economias menores, que dependem tanto dos EUA quanto da China, já sentem os reflexos. Países do sudeste asiático, por exemplo, registraram aumento nas exportações para a China, à medida que empresas buscam rotas alternativas para evitar tarifas. Na América Latina, exportadores de commodities agrícolas, como o Brasil, veem oportunidades, mas também riscos, caso o conflito se prolongue. A incerteza gerada pelas tarifas eleva os custos logísticos e afeta preços de bens de consumo em todo o mundo.

Outro ponto crítico é o impacto nas cadeias globais de suprimento. A produção de eletrônicos, por exemplo, depende fortemente de componentes chineses. Apesar da exceção para smartphones e laptops nas tarifas americanas, outros insumos eletrônicos enfrentam taxas elevadas, o que encarece produtos finais. Nos EUA, consumidores já relatam aumento nos preços de bens duráveis, enquanto na China, o governo intensifica esforços para estimular a demanda interna e reduzir a dependência de exportações.

  • Efeitos globais das tarifas:
    • Aumento de até 15% nos custos de bens de consumo em mercados desenvolvidos.
    • Redirecionamento de rotas comerciais, com Vietnã e Malásia ganhando espaço.
    • Pressão sobre preços de commodities, como aço e alumínio, devido a restrições de oferta.

Reações no mercado financeiro

Os mercados financeiros acompanham o embate com atenção. Em Wall Street, índices como o Dow Jones registraram volatilidade nas últimas semanas, com investidores avaliando os riscos de uma guerra comercial prolongada. Empresas americanas com forte presença na China, como fabricantes de tecnologia e varejistas, enfrentam quedas em suas ações, enquanto companhias chinesas listadas em bolsas asiáticas também sentem a pressão. A valorização do dólar frente ao yuan reflete a confiança de curto prazo na economia americana, mas analistas alertam para os custos de longo prazo de um conflito sem resolução.

Na China, o governo adotou medidas para estabilizar o mercado interno. Bancos estatais injetaram bilhões em programas de estímulo, enquanto incentivos fiscais foram oferecidos a exportadores afetados pelas tarifas. Essas ações, porém, não impediram que setores industriais reportassem queda na produção, especialmente aqueles voltados para o mercado americano. A interdependência entre as duas economias torna qualquer escalada um jogo de alto risco, com perdas potenciais para ambos os lados.

Setores mais afetados nos EUA

A agricultura americana é um dos setores mais vulneráveis às retaliações chinesas. Produtores de soja, milho e carne suína, que dependem da China como mercado consumidor, enfrentam dificuldades desde o início das sobretaxas. Em estados como Iowa e Nebraska, associações agrícolas relatam estoques acumulados e preços em queda. O governo americano anunciou pacotes de ajuda, mas agricultores afirmam que os valores não compensam as perdas.

A indústria automotiva também sente o impacto. Veículos produzidos nos EUA enfrentam barreiras no mercado chinês, enquanto montadoras americanas com fábricas na China lidam com aumento nos custos de componentes. Fabricantes de tecnologia, embora parcialmente protegidos pela exceção para eletrônicos, enfrentam desafios logísticos e pressões para relocalizar cadeias de produção, um processo custoso e demorado.

Resposta chinesa às tarifas

Pequim não ficou de braços cruzados. Além das tarifas de 125% sobre produtos americanos, a China intensificou esforços para diversificar seus parceiros comerciais. Acordos com países da União Europeia e da Ásia ganharam prioridade, enquanto o governo chinês ampliou investimentos em infraestrutura doméstica para impulsionar a economia. A aposta em tecnologia própria também cresceu, com incentivos a empresas de semicondutores e inteligência artificial, visando reduzir a dependência de importações americanas.

Apesar dessas medidas, a China enfrenta desafios internos. O crescimento das exportações em março de 2025, embora positivo, mascara dificuldades em setores como manufatura leve e têxtil, que sofrem com a redução da demanda americana. O governo chinês também precisa equilibrar a retórica nacionalista com a necessidade de manter estabilidade econômica, o que torna as negociações com os EUA um exercício delicado.

  • Medidas chinesas contra as tarifas:
    • Ampliação de acordos comerciais com Japão, Coreia do Sul e União Europeia.
    • Investimentos de bilhões de dólares em tecnologia e infraestrutura interna.
    • Incentivos fiscais para pequenas e médias empresas exportadoras.

Cronologia recente do embate

As tensões comerciais entre EUA e China seguem uma linha do tempo marcada por decisões rápidas e respostas imediatas. Em janeiro de 2025, Trump sinalizou a retomada de políticas protecionistas, prometendo “reconquistar o mercado americano”. Em fevereiro, os primeiros anúncios de tarifas foram feitos, com taxas iniciais de 100% sobre produtos chineses. No início de abril, o “tarifaço” foi formalizado, seguido pela redução temporária para negociações.

Em meados de abril, com a falta de avanços, as taxas americanas subiram para 145%, enquanto a China respondeu com 125%. Eventos paralelos, como reuniões do G20 e encontros bilaterais, não conseguiram desarmar o conflito. Até o momento, não há datas confirmadas para novas rodadas de diálogo, o que mantém o cenário incerto.

  • Marcos recentes:
    • Janeiro 2025: Trump promete tarifas para proteger indústria americana.
    • Fevereiro 2025: Taxas iniciais de 100% sobre bens chineses.
    • Abril 2025: Tarifas americanas atingem 145%; China responde com 125%.

Desafios para o consumidor

Os efeitos das tarifas já chegam aos consumidores. Nos EUA, o preço de bens importados, como roupas e eletrodomésticos, subiu em média 10% desde o início de 2025. Na China, produtos americanos, como carne e bebidas, também ficaram mais caros, afetando o poder de compra. A inflação, embora controlada em ambos os países, dá sinais de pressão, especialmente em setores dependentes de importações.

Empresas de varejo enfrentam o dilema de absorver custos ou repassá-los aos clientes. Grandes redes americanas, como Walmart e Target, já ajustaram preços, enquanto na China, plataformas de e-commerce relatam queda na venda de produtos importados. A interdependência econômica torna difícil prever até onde as tarifas podem impactar o dia a dia das pessoas.

Perspectivas para o comércio bilateral

As negociações entre EUA e China permanecem em um impasse. A postura de Trump, que coloca a China como responsável por avançar nas conversas, sugere que Washington está disposto a manter as tarifas por tempo indeterminado. Pequim, por sua vez, busca alternativas para reduzir sua vulnerabilidade, mas o mercado americano ainda é crucial para suas exportações.

Setores acadêmicos e empresariais acompanham o desenrolar do conflito com preocupação. Estudos apontam que uma guerra comercial prolongada pode reduzir o PIB global em até 1% nos próximos dois anos, com impactos mais severos em economias emergentes. Enquanto isso, consumidores e empresas se adaptam a um cenário de preços mais altos e incertezas constantes.

  • Possíveis cenários futuros:
    • Manutenção das tarifas atuais, com aumento da inflação global.
    • Negociações bilaterais retomadas em eventos como o G20.
    • Escalada de retaliações, com novas taxas sobre setores estratégicos.

Com informações de veículos internacionais

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