TRE-PI X CÂMARA: A Controvérsia sobre o julgamento da Vereadora Tatiana Medeiros presa em Teresina
Vereador Pedro Alcântara diz que decisão de afatamento da vereadora tem que sair do TRE do Piauí, e não da Câmara..

Na capital do Piauí, Teresina, a situação política se torna cada vez mais complexa com a prisão de uma vereadora acusada de compra de votos. O vereador Pedro Alcântara, do Progressistas, suplente e assumiu a vaga deixada por um colega que aceitou o cargo em uma secretaria municipal, é um dos protagonistas dessa história. Ele faz parte do Conselho de Ética da Câmara Municipal de Teresina, que está analisando o caso da vereadora detida a pedido da Polícia Federal.
A vereadora em questão teve seu habeas corpus negado nesta segunda-feira, 14 de abril de 2025. Desde então, Pedro Alcântara tem se manifestado publicamente, defendendo que a Câmara não possui a autorização para caçar o mandato da colega e que a decisão final deve ser tomada pela Justiça. Em suas declarações, ele ressalta que o julgamento deve estar nas mãos da justiça e não do legislativo.
Veja o vídeo e a entrevista com o vereador Pedro Alcântara:
Entretanto, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Piauí se posicionou de forma contrária ao vereador. De acordo com Ricardo Gentil Eulálio, corregedor do TRE(foto abaixo), a Câmara Municipal tem sim prerrogativas para afastar ou caçar o mandato da vereadora. Essa divergência levanta questões sobre a responsabilidade dos vereadores em casos de quebra de decoro e as implicações legais que envolvem a permanência ou não da vereadora no cargo.
Pedro Alcântara também expressou preocupação quanto à possibilidade de injustiças nesse processo. Ele fez comparações com casos históricos no estado do Piauí, como o julgamento tardio de um acusado de assassinato que foi inocentado após 25 anos. No entanto, essa analogia tem sido criticada por sua falta de pertinência ao caso atual. A situação da vereadora envolve evidências contundentes apresentadas pela Polícia Federal, incluindo áudios e mensagens que implicam diretamente sua participação em práticas ilícitas relacionadas à compra de votos.
Além disso, foi revelado que valores apreendidos durante investigações estavam vinculados a uma ONG da vereadora chamada “Vamos Juntos”. A defesa da vereadora afirma sua inocência e pede que a Justiça se pronuncie sobre o caso.
Nesse cenário complexo, surge a pergunta: quem deve decidir sobre a continuidade ou não do mandato da vereadora? Os vereadores têm a responsabilidade de agir em conformidade com as regras éticas e legais? Ou devem aguardar uma decisão judicial? A omissão na Câmara pode ser interpretada como uma falta de comprometimento com a ética pública?
À medida que esse caso avança, os desdobramentos prometem impactar não apenas os envolvidos diretamente, mas também a confiança da população na política local. A situação exige um olhar atento para as responsabilidades dos representantes eleitos e para o papel das instituições na manutenção da justiça e da ética no serviço público.
COMUNICADO
A Câmara Municipal de Teresina informa que o Procurador-Geral da Casa, Dr. Pedro Rycardo Couto, concederá entrevista coletiva aos profissionais de imprensa para tratar sobre as medidas encaminhadas pela Polícia Federal. A coletiva será realizada nesta terça-feira, 15, às 11h30, no Plenarinho da CMT.